terça-feira, 17 de junho de 2008

Entrevista do Jonal Ecos a Vitor Caldeira e Catá

Por José Lameiras

Arcoense é Campeão e regressa à Divisão de Honra


Conquista de uma família dentro e fora do campo

Sucesso. O Sporting Clube Arcoense está de regresso à Divisão de Honra. O Objectivo da época foi conquistado a até ultrapassado: à subida, o clube da freguesia de Arcos junta o merecido título de Campeão Distrital da 1ª Divisão.

Fomos falar com o treinador Vítor Caldeira e com Carlos Sapateiro (Catá), um dos capitães de equipa e que este ano abandona a competição. Para palco da nossa conversa, escolhemos um espaço tradicional da Freguesia: a Adega do Sr. António Gato recebeu-nos de braços abertos e, provando os famosos petiscos, conversámos sobre a época que terminou e sobre aquela que se adivinha.

“Esta conquista para mim tem um grande significado” começou por dizer o técnico. Vítor Caldeira, que classifica os seus nove anos de clube (cinco como jogador e quatro como treinador) como gratificantes. De sorriso nos lábios e com convicção, Vítor afirma que “tem mais significado no Arcoense este título do que noutro clube qualquer do Distrital”.

O treinador lembra que, chegar ao fim da época a festejar, foi conseguido através de muito trabalho: “Foi um título muito suado, muito trabalhado! Arrisco-me a dizer que pouca gente já acreditava no título, mas o grupo de trabalho sempre acreditou”.

Com uma 1ª Divisão dividida em duas séries, Vítor Caldeira assegura que “o mais difícil é passar à 2ª fase, uma fase em que tudo é possível”. O treinador recorda o trajecto lembrando que a equipa “vacilou a certa altura”, mas não apenas por culpa própria, Vítor fala em “outros factores extra - futebol que faz com que as equipas vacilem”. No entanto, o técnico confirma ter mantido sempre o grupo motivado e elege a vitória em Arraiolos como “o momento chave” desta conquista.

Ao abordamos o último jogo, Vítor Caldeira lembra esse dia com emoção: “Foi espectacular para nós, espectacular para as gentes de Arcos. Foi gratificante ver pessoas de Estremoz, Vila Viçosa, Borba e de outras localidades aqui perto, unirem-se no apoio ao Arcoense” refere o técnico.

Questionado se teria sido negativa esta época em caso da subida não se ter concretizado, Vítor não tem dúvidas: “Era negativa, digo-o sem rodeios e sem qualquer hipocrisia. Sabia o valor deste grupo, um grupo que a trabalhar bem e motivado conseguiria os objectivos, assim aconteceu”, afirma orgulhoso o técnico.

“Foi uma época de muito trabalho e onde tivemos de ser humildes para que o sucesso aparecesse”, disse Carlos Sapateiro (Catá), lembrando o segredo para a conquista da subida de Divisão. Referindo-se sempre ao grupo como “uma família dentro e fora do campo”, Catá recorda toda a época já com saudade, até porque esta foi a sua última: “Sinto-me em boas condições para continuar, mas para quem trabalha por turnos é complicado”, confessa Catá atribuindo, acima de tudo, a motivos de ordem profissional o seu abandono.

Questionado sobre se poderá repensar a sua decisão, o jogador é peremptório: “está fora de questão, não dá”, disse-nos com alguma tristeza, mas também com a sensação de dever cumprido.

Vítor Caldeira vai continuar na próxima época. O treinador já tem bem delineado o objectivo para a participação no clube na Divisão de Honra: “A manutenção”.

“Não podemos aspirar a mais”, diz realista o treinador. Vítor quer que a equipa faça uma “época tranquila e seja um regresso para durar”, mostrando assim vontade de estabilizar esta equipa na Divisão de Honra.

É sua vontade fazer um “grupo ainda mais forte do que este” para atingir a meta estipulada e o reforço da equipa já anda a ser tratado: “Vamos recrutar apenas três ou quatro jogadores” refere Vítor Caldeira, confirmando assim que a estrutura da equipa se vai manter.

Sobre o abandono de Catá, o técnico afirma que contava com o jogador mas respeita a decisão. Vítor defende que “jogadores experientes como ele fazem falta a uma equipa” e deseja que “Catá dê o seu contributo noutra função”.

Sobre os jogadores que vão reforçar a equipa, Vítor Caldeira não se alonga muito, mas vai dizendo que serão mais valias para o plantel. Após colocada a questão se serão jogadores para entrar directamente para o onze principal, o técnico diz que “todos devem estar preparados para jogar”, mas deixa bem claro um critério: “Quero jogadores que se insiram bem no grupo”.

Em jeito de final de conversa, Vítor Caldeira deixa uma mensagem os adeptos do Arcoense “Foi um prazer voltar a esta casa, não consigo descrever a alegria que senti quando fui convidado”. E deixa também um pedido: “Para o ano precisamos do mesmo apoio, ou mais ainda, para conseguirmos a manutenção”.

Apesar de não ir fazer parte do próximo plantel, Catá deseja que a época seja de sucesso: “Eles vão fazer um bom campeonato e conseguir a manutenção, tenho a certeza!”, refere confiante o agora ex. jogador que aconselha ainda aos seus colegas “a mesma humildade deste ano”.

Questionado sobre se terá algum papel na próxima época, Catá não é conclusivo: “Sinceramente ainda não sei, agora vou de férias, depois logo se verá”. Visivelmente satisfeito por ter feito parte do grupo que alcançou o sucesso, Catá deixa uma mensagem de agradecimento aos seus colegas e também aos adeptos do Arcoense, “obrigado por tudo o que me fizeram sentir”.



Fonte: Jornal Ecos de 05 de Junho de 2008

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